19.9.11

A U S Ê N C I A

Que minha ausência seja feita cheia de segredos e emoções. Que os abalos e desabalos vindos pelo som de um alto sino me toquem com a necessidade da presença de ficar aqui. Não muito distante de um mundo abstrato os dias são feitos de ouro e brilham para chamar a minha atenção. Andei enchendo meus dias de coisas que pareciam importantes, não que deixassem de ser, mas é que quando você procura multiplicar os seus afazeres, você acaba subtraindo tantas coisas banais, coisas estas que tornam a vida mais leve. Deixei de lado esse meu espírito um tanto tentador e estou apreciando com goles mais finos e passos mais lentos o brotar de uma flor ao pôr do sol. Não só o brotar de uma flor, porque esse tempo tem me proporcionado umas coisas desagradáveis, que só enalteceram meu ser, mesmo com indesejáveis momentos tristes, mas por outro lado uma porção de coisas boas que me fizeram passar por tranformações incríveis dentro e fora de mim. Estou aprendendo a conviver com meu eu e aprendendo a lhe dar com as minhas fraquezas e com o âmago das pessoas. Ah...quantas conjecturas mal feitas e quantas percepções distorcidas que as pessoas têm mania de fazer. Um pouco que torna-se muito pelas palavras pequenas que acabam auto se engradecendo, mas que no final das contas vão se esvaindo na própria sombra sem nem saber. É que no final das contas bem que deve ser uma quadrilha:  


João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummon de Andrade 



.Menina Bordada

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